quinta-feira, 17 de maio de 2012

SEMINÁRIO SOBRE SAÚDE PÚBLICA

GRANJA-CE (14 e 15 do 05 de 2012)

Palavra de abertura (Pe. José Erlando)

http://granja.ce.gov.br/img/news/337e36515069ba2f677ee10130853d51.JPGEstamos vivendo um tempo forte em nossa comunidade. Um tempo de vida, de alegria, de ressurreição, de páscoa. Nesse contexto acolhemos a Boa Nova que é Jesus Cristo. Ele abriu um novo horizonte para todas as pessoas que nele creem. Pela sua doação amoro­sa na cruz deu-nos vida nova e concedeu-nos a graça de sermos filhos do Pai. Com sua morte transformou todas as realidades, criando um novo céu e uma nova terra.

Assim, atingidos por Ele e transformados n’Ele, percebemos que todas as realidades devem ser transformadas, para que todas as pes­soas possam ter a vida plena do Reino.

No primeiro domingo da quaresma foi aberta em nossa comunidade a Campanha da Fraternidade 2012. Esse anos a Igreja propõe como tema: “A fraterni­dade e a Saúde Pública”, e com o lema: Que a saúde se difunda sobre a terra (Eclo 38,8). Deseja assim, sensibilizar a todos sobre a dura realidade de irmãos e irmãs que não têm acesso à assistência de Saú­de Pública condizente com suas necessidades e dignidade. É uma realidade que clama por ações transformadoras. A conversão pede que as estruturas de morte sejam transformadas.

Esta proposta, da paróquia São José de Granja, esta de acordo com as novas diretrizes Gerais da Ação Pas­toral da Igreja, onde se encontra o desejo da Igreja de estar em constante estado de missão, no enfrentamento dos problemas concretos e urgentes da vida de nosso povo.

A saúde integral é o que mais se deseja. Há muito tempo, ela vem sendo considerada a principal preocupação e pauta reivindica­tória da população brasileira, no campo das políticas públicas.

Entre as atividades pensadas como “ação concreta” da C.F. 2012, pela nossa paróquia, esta a realização de um seminário de reflexão sobre a realidade da saúde pública em nosso município,sendo articulado e realizado através de parcerias com órgãos e instituições que tenha entre suas atribuições ações referentes à saúde.

Assim, este seminário que agora iniciamos e que pretende ser concluído amanhã, no final da manhã, tem por objetivo geral:Refletir sobre a realidade da saúde pública em nosso município, em vista de uma vida mais saudável para nossos cidadãos, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pes­soas na atenção aos enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde.

Objetivos Específicos:

ü Disseminar o conceito de bem viver e sensibilizar para a prá­tica de hábitos de vida saudável; difundir dados sobre a realidade da saúde no Brasil e de nosso município e seus desafios, como sua estreita relação com os aspectos socio­culturais, educacionais, econômico, desenvolvimento humano e espiritual;

ü Despertar nas comunidades a discussão sobre a realidade dasaúde pública, visando um conhecimento maior cerca do SUS e o melhor aproveitamento de seus recursos;

ü Despertar na comunidade a necessidade de uma qualificação continuada dos profissionais da saúde e da comunidade para acompanhar as ações da gestão pública e exigir a aplicação dos recursos públicos com transparência, especialmente por meio do (conselho municipal de saúde).

Convidando a sociedade a refletir e discutir as dificuldades da saúde pública, objetiva também ser espaço de dialogo da sociedade, a fim de melhorar a situação da saúde da população.

Compreendemos que uma vida saudável requer harmonia entre corpo e espírito, entre pessoa e ambiente, entre personalidade e responsabilidade.A preocupação com as ações de promoção da saúde e de­fesa da vida, que respondem as necessidades imediatas das pessoas, das coletividades e das relações interpessoais. No entanto, estas ações devem contribuir para a construção de políticas públicas e de projetos de desenvolvimento municipal, distrital e familiar, calcada em valores como: igualda­de, solidariedade, justiça social, democracia, qualidade de vida pela comunhão e participação do cidadão. O papa Bento XVI afirma que, mesmo em uma sociedade em que as relações e serviços se pautem pela justiça, faz-se necessária a caridade, pois: “Não há qualquer ordenamento estatal justo que possa tornar supérfluo o serviço do amor”.

“Entre evangelização e promoção humana – desenvolvimento e libertação – existem de fato laços profundos”: Partindo dessa certeza, o papa Paulo VI ilustrava claramente a relação entre o anúncio de Cristo e a promoção da pessoa na sociedade. O testemunho da caridade de Cristo através de obras de justiça, paz e desenvolvimento faz parte da evange­lização, pois a Jesus Cristo, que nos ama, interessa o homem inteiro. Sobre estes importan­tes ensinamentos, está fundado a “doutrina social da Igreja”,como elemento essencial de evangelização. A doutrina social da Igreja é anúncio e testemunho de fé; é instrumento e lugar imprescindível de educação para a mesma”.

Sabemos que saúde e doença são dois lados da mesma moeda. A Igreja está cons­ciente de que a temática da saúde humana é fundamental para as reflexões sobre a vida, especialmente em perspectiva de futuro. Considerando o principio constitucional em que a saúde figura como “direito de todo”. O Sistema de Saúde, deve, portanto, atendimento a todo e qualquer cidadão a todos os serviços que o Sistema de Saúde dispõe, desde vacinas até transplantes.O sistema deve assegurar que as ações e os serviços, em todos os níveis do sistema público de saúde, mesmo os mais sofisticados e caros, sejam oferecidos a todo cidadão, sem privilégios. Entretanto, a participação da comunidade nos processos de to­mada de decisão, sobretudo através de entidades represen­tativas como instancia de garantia desse direito.

É necessário melhorar o atendimento no Sistema Público de Saúde evidentemente em todo Brasil em vista da diminuição das reclamações em relação ao desrespeito e a falta de dignidade humana, frente à vulnerabilidade do sofrimento e da doença convertendo-se em um grande desafio ainda a ser enfrentado pelas au­toridades sanitárias brasileiras. http://granja.ce.gov.br/img/galeria_news/59479d50c2338d76b45b2742ff979651.JPG

Em nosso país, o Ministério da Saúde, aprovou a Portaria nº 1820, de 13 de agosto de 2009, que “dispõe sobre os direitos e deveres dos usuários da saúde nos termos da legislação vigente” (Art. 1º), que passam a constituir a “Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde” (art. 9º), publicada no Diário Oficial da União, 14 de agosto de 2009. No artigo 4º e parágrafo único afirmam: “Toda pessoa tem direito ao atendimento humanizado e acolhedor, realizado por profissionais qualificados, em ambiente limpo confortável e acessível a todos.

Pa­rágrafo único: É direito da pessoa, na rede de serviços de saúde, ter atendimento humanizado, acolhedor, livre de qualquer discriminação, restrição ou negação em virtude de idade, raça, cor, etnia, religião, orientação sexual, identidade de gênero, condições econômicas ou so­ciais, estado de saúde, de anomalia, patologia ou de deficiência...; além disso deve-se incentivar as comunidades a promoverem seminários, cur­sos e encontros de conscientização e formação política, que visem desenvolver a participação cidadã cada vez mais res­ponsável dos cristãos.

Que a saúde se difunda sobre a terra deve ser o desejo de todo cristã e cidadão do reino como valores capazes de fazer valer a força da vida no amor ao próximo.

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